domingo, 12 de novembro de 2017

EUA aprovam uso de mosquitos da dengue modificados

Método depende de liberação da Anvisa para ser utilizado no Brasil

Segundo artigo publicado na revista Nature, os Estados Unidos deram mais um passo para o combate à dengue. O país está se preparando para lançar mosquitos modificados em 20 de seus estados e na capital.

O mosquito em questão é o aedes albopictus, considerado mais perigoso que o aegypti – um velho conhecido dos brasileiros. O albopictus é infectado com a bactéria wolbachia pipientis pelos cientistas da startup biotecnológica MosquitoMate para controlar a proliferação dos demais mosquitos transmissores da dengue.

Funciona da seguinte maneira: os machos e as fêmeas são separados em laboratório, e como elas picam, são mortas. Os machos, por sua vez, são soltos na natureza portando a bactéria que atrapalha a formação dos cromossomos paternos. Dessa forma, as fêmeas não procriam porque os ovos fertilizados não chegam a virar outro mosquito.

É a primeira vez que o governo de um país autoriza a liberação dos insetos infectados em larga escala. O objetivo é controlar a quantidade de mosquitos e, consequentemente, o número de pessoas infectadas pela doença.

O uso em larga escala de mosquitos modificados também no Brasil depende da liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Apenas a pesquisa está permitida.

Em 2015, uma iniciativa científica semelhante, coordenada pela Fundação Osvaldo Cruz, foi testada no Rio de Janeiro.

No entanto, diferentemente da estadunidense, a estratégia era mudar a capacidade do mosquito de transmitir o vírus – e não impedir a fertilização.

Dengue no Brasil

De acordo com o Ministério da Saúde, até 5 de agosto deste ano foram registrados 210.627 casos prováveis de dengue no país, com incidência de 102,2 casos/100 mil habitantes. Outros 166.905 casos suspeitos foram descartados.

A região Nordeste apresentou o maior número de casos prováveis (37,7%). Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (29,1%), Sudeste (22,3%), Norte (20.487; 9,7%) e Sul (1,2%).

Na Bahia, o número cresceu 995% em 10 anos. Em 2006 houve 6.563 casos da doença, enquanto no ano passado foram contabilizados 65.351 casos. Também aumentou o número de casos registrados no País. A estatística saltou de 258.680 para 1.500.535, no mesmo período.

A infecção por dengue pode ser assintomática ou causar doença que pode levar a quadros graves com choque com ou sem hemorragia, podendo evoluir para o óbito. Ano passado foram registradas 4 mortes pela doença na Bahia e 466 no Brasil.

Normalmente, o primeiro sintoma é a febre alta (39° a 40°C), acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e prurido cutâneo. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns.

A recomendação do Ministério da Saúde é que, em caso de suspeita de dengue, o paciente deve procurar o serviço de saúde mais próximo e seguir a orientação médica de fazer repouso e ingerir bastante líquido – água, sucos, soro caseiro ou água de coco. A vacina para dengue está em fase de estudos no Brasil.



Fonte: A Tarde

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