Jovem ainda não recebeu informações do Inep sobre quando fará as provas de Linguagens e Redação (Foto: Arquivo Pessoal)
Portadora de Diabetes do Tipo 1, a estudante baiana e moradora de Lauro de Freitas, de 15 anos, que foi impedida de fazer a prova da primeira fase do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por conta do uso de uma bomba eletrônica de insulina, conseguiu hoje autorização do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para fazer a segunda etapa do exame.
Segundo a mãe da garota, que prefere não se identificar, mesmo sem recorrer a decisão junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o órgão entrou em contato durante a semana com a candidata e confirmou na manhã deste domingo que ela poderia fazer as provas de Matemática e Ciências da Natureza.
“A gente não entrou em contato com o Inep, mas acredito que por conta do ocorrido e pela história ter chamado atenção isso acabou ajudando para que eles entrassem em contato. Como moramos perto do local da prova, deu tudo certo e ela conseguiu prestar o exame”, afirmou a mãe ao CORREIO.
A prova foi feita no mesmo local do último domingo (05), no Colégio Perfil, no bairro de Vilas do Atlântico. Ainda de acordo com a mãe da estudante, que prestou o exame pela primeira vez, a garota achou a prova difícil. “Ela achou a prova de hoje bem difícil sim. Muitas questões de cálculo no mesmo dia acabam cansando quem está prestando o exame”.
O Inep, no entanto, não informou quando será feita a reaplicação da prova referente a primeira fase, que contempla as disciplinas de Linguagens e Redação. A expectativa é que a jovem esteja no grupo de reaplicação. Prevista para os dias 12 e 13 de dezembro, o exame é aplicado nos locais em que houve algum problema, como falta de energia, por exemplo. “Não agendaram ainda a primeira prova e nem deram maiores informações, mas esperamos que ela consiga fazer a primeira prova em dezembro”, acrescenta a mãe.
Relembre o caso
Após se inscrever no exame sem mencionar que era portadora de necessidade especial, a estudante de 15 anos, acabou sendo barrada por portar uma bomba eletrônica de insulina. Diabética desde os oito anos, a jovem necessita do uso contínuo do aparelho para injetar e regular a medicação em seu corpo.
A organização do exame proíbe a utilização de qualquer dispositivo eletrônico durante a prova, o que impediu o acesso da estudante à sala onde a prova seria realizada. “Nunca imaginei que uma bombinha era necessidade especial. Meu pai disse que assim que eu chegasse ao colégio para procurar a coordenação e informar sobre o meu aparelho. Me levaram para uma sala isolada e disseram que a bomba teria de ficar sobre a mesa”, contou.
A garota que queria realizar o exame a título de treino, só pode ficar até 1 hora sem o aparelho. “A coordenação do exame me informou que não poderia fazer a prova. Não pude fazer a prova por conta de um aparelho que eu necessito para viver. Também fiquei constrangida, pois ficaram questionando porque eu não tirava".
Além de portadores de deficiência física e intelectual, o Inep também oferece atendimento especial para gestantes, lactantes, idosos, pessoa com baixa visão, surdez, além de condições específicas como uso de bombinhas para portadores de asma. O uso deve ser informado no ato de inscrição da prova. No entanto, o edital do Enem 2017 trata apenas da solicitação de atendimento específica, mas não especifica quais condições são enquadradas na categoria.
Fonte: Correio da Bahia
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